A água, o fogo, a terra e o ar pensaram em deixar uma recordação que perpetuasse através das idades a felicidade de seu encontro. Resolveram criar alguma coisa especial que, composta de fragmentos de cada um deles harmonicamente combinados, fosse também a expressão de suas diferenças e independência, e servisse de símbolo e exemplo para o homem. Eu porei as melhores forças de minhas entranhas - disse a terra - e alimentarei suas raízes. Eu porei as melhores linfas de meus seios - disse a água - e farei crescer sua haste. Eu porei minhas melhores brisas - disse o ar - e tonificarei a planta. Eu porei todo o meu calor - disse o fogo - para dar às suas corolas as mais formosas cores. Fibra sobre fibra foram construídas as raízes, a haste, as folhas e as flores. O sol abençoou-a e a planta deu entrada na flora regional, saudada como rainha. Quando os quatro elementos se separaram, a Flor de Lótus brilhava no lago em sua beleza imaculada, e servia para o homem como símbolo da pureza e perfeição humana. Tal como a flor do lótus cresce da escuridão do lodo para a superfície da água, abrindo suas flores somente após ter-se erguido além da superfície, ficando imaculada de ambos, terra e água, que a nutriram - do mesmo modo a mente, nascida no corpo humano, expande suas verdadeiras qualidades (pétalas) após ter-se erguido dos fluidos turvos da paixão e da ignorância, e transforma o poder tenebroso da profundidade no puro néctar radiante da consciência Iluminada. Se o impulso para a luz não estivesse adormecido na semente profundamente escondida na escuridão da terra, o lótus não poderia se voltar em direção à luz. Se o impulso para uma maior consciência e conhecimento não estivesse adormecido mesmo no estado da mais profunda ignorância um Iluminado nunca poderia se erguer da escuridão.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Nossa Umbanda é tão rica

Nossa Umbanda é tão rica, tem tantos simbolismos e fundamentos, tudo é tão claro e evidente, que não devemos deixar passar despercebido, como acontece continuamente. Não devemos acomodar nosso raciocínio e nosso sentido de lógica. Mesmo porque, nossa fé vai até onde nossa mente permite, vai até onde obtemos respostas.
Acredito ser evidente a todos que quando não sabemos ou não entendemos algo, não acreditamos, portanto fica impossível vivenciar ou compartilhar o seu sentido correto e sincero. Isso é ser prisioneiro de si mesmo, é ser escravo do comodismo e da preguiça. Temos que sair das nossas próprias Senzalas, parar de nos curvar às imposições dos Senhores da Irresponsabilidade que existem dentro de nós e viver, vivenciar a Umbanda na sua plenitude. Conscientes de cada ato, de cada movimento e de cada fundamento.
Acredito que poucas pessoas sabem o que acontece no astral e qual ponto específico está sendo ativado quando um Guia estala os dedos. Acredito que poucos sabem por que um Guia manca ou porque eventualmente é solicitado ao consulente acender uma vela. Acredito que poucos médiuns sabem por que batemos palmas ou porque batemos a cabeça em nossos rituais.
Realmente é uma pena!
Por isso que o estudo é importante, ele traz lógica para as coisas e quando sabemos o que estamos fazendo fica tudo mais fácil, fica tudo mais claro e simples, afinal, temos medo do desconhecido e isso faz parte de nosso instinto, de nosso ser. Toda mudança, toda dúvida, toda falta de resposta causa insegurança, medo e enfraquece nossas ações conscientes e inconscientes.
Tenho certeza que quando o médium souber que ao estalar os dedos o Guia está ativando o Monte de Vênus (região da palma da mão próxima ao polegar) que está ligado ao Chacra Frontal trazendo melhor racionalidade e controle sobre as emoções, propiciando uma poderosa descarga etérica, algo parecido com bombas astrais que des-impregnam a aura do consulente, tudo ficará diferente, o sentido mudará, a fé se fortalecerá e os trabalhos espirituais melhorarão muito.
E isso não é invenção minha, é LÓGICA. Clara, real e verdadeira. Assim como nossa UMBANDA É, basta buscar sua lógica.
E para que vocês não fiquem sem respostas, seguem pequenas explicações para os “porquês” mencionados acima.
Mas esclareço: só irei apontar alguns itens aqui, é importante que estudem que se esforcem e que se dediquem à Umbanda, afinal só amamos aquilo que conhecemos, só temos fé naquilo que acreditamos e só acreditamos naquilo que conhecemos, portanto só temos fé naquilo que amamos.
Porque um Guia manca – assim como as palmas das mãos e as orelhas, nossos pés se comunicam com todas as partes do nosso corpo, neles estão terminais nervosos que se comunicam com nossos chacras e com nosso sistema nervoso, portanto quando o Guia manca ou bate o pé no chão ele está ativando pontos energéticos específicos, está ativando chacras, mandando mensagem para nosso sistema nervoso, além é claro, de ativar a energia da terra para descarregar o próprio médium. O mancar do Guia nada tem a ver com uma deficiência física, mesmo porque Ele não tem corpo físico.
Porque acender vela na igreja – as Entidades que fazem parte da estrutura religiosa umbandista conseguem atingir, atuar e trabalhar em todas as outras religiões, doutrinas e cultos, portanto quando um Preto Velho, por exemplo, pede para um consulente ir à igreja acender velas para almas, ele está enxergando um espírito que, possivelmente, está incomodando o consulente e que necessita de um direcionamento dentro de sua realidade religiosa, que não é a Umbanda. Assim sendo, esse espírito é “levado” para sua realidade espiritual, nesse caso, para a realidade católica. Não adianta querer doutriná-lo, direcioná-lo ou forçá-lo dentro da Umbanda, ele não entende, não se afiniza e, muitas vezes, não quer essa ajuda e quando ele recebe o amparo dentro de sua realidade, com a reza ou com o auxilio da igreja, com certeza o respeito e o livre arbítrio são exercidos sobre esse espírito.
Porque batemos palma – nossas mãos possuem uma quantidade enorme de terminais nervosos, que se comunica com cada um dos chacras de nosso corpo: Dedo Polegar: Chacra Esplênico (região do baço); Indicador: Cardíaco (coração); Anular: Genésico ou Básico (base da espinha); Médio: Coronal (alto da cabeça); Mínimo: Laríngeo (garganta); na região quase central da mão: Chacra Solar (estômago); próximo ao monte de Vênus: Chacra Frontal (testa), portanto quando batemos palmas ativamos todos esses chacras, portanto ativamos nossa energia interna, nossa capacidade de doar e receber energia, também criamos ondas de energias vibrantes e estimulantes que envolvem todos que estão à nossa volta. Depois de uma seqüência de palmas estamos com maior facilidade de percepção espiritual, incorporamos, percebemos e sentimos mais facilmente o plano espiritual.
Porque batemos a cabeça – batemos a cabeça por três motivos: primeiro porque na terra é que foram enterrados os assentamentos dos Orixás quando os negros ainda se encontravam na condição de escravos, tradição essa que continua até nos dias de hoje, ou seja, é na terra que estão assentadas as maiores Forças de um Terreiro, portanto quando batemos a cabeça, estamos sobre os assentamentos, batendo cabeça às tradições, aos Orixás, nos reverenciando e entregando nossa Coroa, nosso coração, nosso corpo e nosso espírito aos nossos ancestrais e aos Orixás; segundo: o elemento terra transmuta, cura e energiza, ou seja, quando batemos cabeça transmutamos nossos pensamentos, curamos nosso emocional e energizamos nosso espírito; terceiro: é na terra que estão enterrados nossos ancestrais e toda a sabedoria de nossos anciãos, portanto ao batermos nossa cabeça todo o conhecimento e sabedoria que ‘mora’ na terra tende a envolver nosso espírito.

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