A água, o fogo, a terra e o ar pensaram em deixar uma recordação que perpetuasse através das idades a felicidade de seu encontro. Resolveram criar alguma coisa especial que, composta de fragmentos de cada um deles harmonicamente combinados, fosse também a expressão de suas diferenças e independência, e servisse de símbolo e exemplo para o homem. Eu porei as melhores forças de minhas entranhas - disse a terra - e alimentarei suas raízes. Eu porei as melhores linfas de meus seios - disse a água - e farei crescer sua haste. Eu porei minhas melhores brisas - disse o ar - e tonificarei a planta. Eu porei todo o meu calor - disse o fogo - para dar às suas corolas as mais formosas cores. Fibra sobre fibra foram construídas as raízes, a haste, as folhas e as flores. O sol abençoou-a e a planta deu entrada na flora regional, saudada como rainha. Quando os quatro elementos se separaram, a Flor de Lótus brilhava no lago em sua beleza imaculada, e servia para o homem como símbolo da pureza e perfeição humana. Tal como a flor do lótus cresce da escuridão do lodo para a superfície da água, abrindo suas flores somente após ter-se erguido além da superfície, ficando imaculada de ambos, terra e água, que a nutriram - do mesmo modo a mente, nascida no corpo humano, expande suas verdadeiras qualidades (pétalas) após ter-se erguido dos fluidos turvos da paixão e da ignorância, e transforma o poder tenebroso da profundidade no puro néctar radiante da consciência Iluminada. Se o impulso para a luz não estivesse adormecido na semente profundamente escondida na escuridão da terra, o lótus não poderia se voltar em direção à luz. Se o impulso para uma maior consciência e conhecimento não estivesse adormecido mesmo no estado da mais profunda ignorância um Iluminado nunca poderia se erguer da escuridão.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Oração do Desapego

Hoje eu respiro o hálito da noite fresca e sinto o frescor da brisa batendo em meus cabelos.
Sinto minha mente positiva e percebo a paz que percorre todo o meu corpo. Sei que Deus, a energia divina preenche todo o meu espírito.
Escuto minha respiração. Eu inspiro e expiro e assim me conecto com a Luz e me desapego do medo. Hoje sou luz e paz e me desapego de todas as minhas expectativas e desilusões. Sinto-me aliviada e percebo que depende de mim o desapego.
Eu me desapego da raiva. Eu me desapego da tristeza. Eu me desapego da angustia.
Respiro fundo e me desapego da culpa. Desapego-me da inveja.
Sou um ser de paz e luz. E sinto essa luz invadir meu coração fazendo-o pulsar de alegria e gratidão.

Sinto-me relaxado e disposto porque sei que faço parte do Universo e Ele me completa.

terça-feira, 22 de julho de 2014

O Poder de Agradecer



Sei que quando agradeço, eu abro caminho para que essa graça se manifeste na minha vida.
Eu agradeço pelo ar que eu respiro e por tudo na natureza que se oferece continuamente para que eu viva.
Eu sou todo agradecimento, pois, sei que sou eterno aprendiz de uma vida infinita e cheia de revelações.
Sei que ao agradecer estou pondo em ação a lei da abundância, e tudo fluirá corretamente na minha vida.
Eu aprecio e agradeço a presença de cada ser, animado e inanimado, cada pequena ou cada grande coisa que participa de minha vida agora, na exata medida de minha gratidão.
Graças, graças, graças derramem-se sobre mim e todos os aqui presentes neste dia bendito e encham o nosso peito da paz e da alegria, que tão bem conhece um coração agradecido.



Adaptação do livro 64 Poderes; Sonia Café, Ed Pensamento.



sábado, 19 de julho de 2014

As Flores da Umbanda

Na Umbanda o uso das flores é muito importante.
Todo evento da criação da Umbanda, pelo médium Zélio de Morais em 1908, começou com ele levantando, no meio de uma sessão espírita e falando: "Aqui está faltando uma flor". Saiu da sala indo ao jardim e voltando após com uma flor, que colocou no centro da mesa. Essa atitude causou um enorme tumulto entre os presentes. Restabelecidos os trabalhos, manifestaram-se nos médiuns kardecistas espíritos que se diziam pretos escravos e índios.
Desde o início da humanidade, as flores foram associadas com o Sol, por se voltarem para ele, e, assim como ele dissiparem a escuridão, simbolizando a energia vital, o final do inverno e a vitória sobre a morte. O Lírio de Oxum por exemplo, segundo a mitologia antiga, teria nascido do leite de Hera, que gotejava na Terra no mesmo tempo em que era criada a Via Láctea. Outra lenda diz que o perfume dos lírios espanta serpentes e por parecer com um cetro aparecem em muitos brasões de famílias da Europa antiga.
De todas as flores talvez a que mais tenha poder em nosso espírito seja a rosa. Na antiguidade, esta flor remonta o mito de Adônis, o amado de Afrodite, de cujo sangue teriam brotado as primeiras rosas, assim se tornaram símbolo do renascimento e do amor que sobrevive a morte.
No século I a.C. os romanos faziam uma Festa das Rosas em homenagem a seus mortos, e até hoje na Itália o domingo de Pentecostes é considerada a "Páscoa das Rosas".
Em contraposição no culto a Dionísio, deus do Vinho, era comum as pessoas se coroarem de rosas, pois acreditavam que abrandava o calor da bebida e impedia que alcoolizados contassem seus segredos, por este motivo ela se tornou também símbolo da reserva e da discrição. Assim esta flor começou a ser desenhada em cima dos confessionários - "sub-rosa", ou seja, sob o signo do silêncio e da discrição. Na iconografia eclesiástica tornaram-na a "Rainha das Flores" simbolo da rainha celeste, Maria.
Enquanto as rosas vermelhas representam desde os primórdios o amor terreno, as brancas são relatadas em sagas e lendas como a flor que simboliza a morte. Os alquimistas viam nas rosas brancas e vermelhas o sistema dualístico com elementos dos dois princípios originários: o enxofre e o mercúrio. A rosa vermelha também é considerada nas tradições antigas, um símbolo de honra nas guerras para os oficiais do exército-em especial os romanos- pois Marte (deus da guerra) teria nascido de uma rosa.
Uma gira de umbanda tem o formato de uma flor, onde o veio principal de energia - o caule - vem do congá. São muitas as flores de Umbanda, as que representam a sabedoria, a discrição como os pretos e as pretas velhas, a vitalidade e a batalha diária pela vida como os caboclos, a alegria das cores da existência como as flores das crianças, ciganas e boiadeiros, e dos necessários resgates como os das pomba-giras.
Na minha opinião ainda de aprendiz, talvez a mais importante flor que exista na Umbanda seja a que floresce no coração do médium, que deve ser sempre cuidada com verdade, amor, caridade e consciência de que nosso invólucro é provisório, porque é dela que virá o perfume que envolverá outros em seu caminhar. Saravá!

Enviado pelo CUCA
(Centro de Umbanda Caminhos de Aruanda)