A água, o fogo, a terra e o ar pensaram em deixar uma recordação que perpetuasse através das idades a felicidade de seu encontro. Resolveram criar alguma coisa especial que, composta de fragmentos de cada um deles harmonicamente combinados, fosse também a expressão de suas diferenças e independência, e servisse de símbolo e exemplo para o homem. Eu porei as melhores forças de minhas entranhas - disse a terra - e alimentarei suas raízes. Eu porei as melhores linfas de meus seios - disse a água - e farei crescer sua haste. Eu porei minhas melhores brisas - disse o ar - e tonificarei a planta. Eu porei todo o meu calor - disse o fogo - para dar às suas corolas as mais formosas cores. Fibra sobre fibra foram construídas as raízes, a haste, as folhas e as flores. O sol abençoou-a e a planta deu entrada na flora regional, saudada como rainha. Quando os quatro elementos se separaram, a Flor de Lótus brilhava no lago em sua beleza imaculada, e servia para o homem como símbolo da pureza e perfeição humana. Tal como a flor do lótus cresce da escuridão do lodo para a superfície da água, abrindo suas flores somente após ter-se erguido além da superfície, ficando imaculada de ambos, terra e água, que a nutriram - do mesmo modo a mente, nascida no corpo humano, expande suas verdadeiras qualidades (pétalas) após ter-se erguido dos fluidos turvos da paixão e da ignorância, e transforma o poder tenebroso da profundidade no puro néctar radiante da consciência Iluminada. Se o impulso para a luz não estivesse adormecido na semente profundamente escondida na escuridão da terra, o lótus não poderia se voltar em direção à luz. Se o impulso para uma maior consciência e conhecimento não estivesse adormecido mesmo no estado da mais profunda ignorância um Iluminado nunca poderia se erguer da escuridão.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Ser Feliz.

Cada segunda eu procuro fazer uma oração sobre algum orixá, mas esta semana com a ajuda de Charles Chaplin, Carlos Drummond de Andrade e Suzana Carizza, convido todos vocês a fecharem os olhos e refletirem comigo...
Sabemos que é impossível atravessar a vida sem que um trabalho saia mal feito, sem que uma amizade cause decepção, sem padecer com alguma doença, sem perder um ente querido, sem se enganar em um negocio.


Esse é o custo de viver... Então é função de cada um escolher que tipo de vida terá hoje.
Posso reclamar porque está chovendo ou agradecer às águas por lavarem a poluição. Posso ficar triste por não ter dinheiro ou me sentir encorajado para administrar minhas finanças evitando desperdícios.
Posso reclamar sobre minha saúde ou dar graças por estar vivo. Posso reclamar por ter que ir trabalhar ou agradecer por ter um trabalho.
Posso lamentar decepções com amigos ou me entusiasmar com a possibilidade de fazer novas amizades.
Eu posso escolher: hoje eu vou ser feliz. Vou lembrar-me de agradecer ao sol pelo calor e pela luminosidade.
Sentirei que estou vivo respirando. Lembrarei de sentir a beleza das árvores e das flores. Vou cultivar mais amizades.
Não vou julgar os atos dos meus semelhantes e sim vou aprimorar os meus.
Reservarei um minuto de silencio para ter oportunidade de ouvir. Vou lembrar-me de ser feliz com o que eu possuo porque o maior bem que possuo é a minha própria vida.
Vou fazer alguma coisa para alguém sem esperar nada em troca e lembrar-me de agradecer a Deus porque agora neste momento eu estou feliz.
A vida está na minha frente esperando para ser o que eu quiser que ela seja e tudo depende de mim.
Por isso antes de falar vou escutar; antes de escrever vou pensar; antes de gastar vou ganhar; antes de julgar vou esperar; antes de orar vou pedir perdão e também perdoar; antes de desistir Eu vou tentar.
Oxalá me dê forças nesta noite.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Os velhos sapatos de um monge.

Eu escolhi ser monge muito cedo, porque Eu não acreditava muito na vida, porque não tive muitas escolhas, porque a vida no mundo externo não Me agradava. Era uma vida conflituosa, era uma vida com dificuldade e na Minha ingenuidade achei que se me tornasse um monge me livraria dos problemas, porque acreditei que uma vida dedicada ao caminho espiritual fosse ser uma vida leve, uma vida sem conflitos, uma vida só com pessoas boas, uma vida de convivência com almas iluminadas como a Minha. Imaginei que seria um caminho muito bom com companheiros, com relacionamentos afetuosos, uma vida longe das disputas afetuosas do mundo material. Uma vida longe da inveja, da raiva, da necessidade de ganhar dinheiro, de conquistas de fama.
Imaginei que no Monastério Eu iria encontrar a paz e quanta paz Eu tive de buscar na Minha mente, quando durante dois anos Me entregavam um balde e um esfregão. Os outros monges todos meditando, estudando ou cumprindo a sua missão e Eu esfregando o chão.
Nos Meus delírios, nas Minhas rezas, nas Minhas orações, pensei assim: -“Puxa Eu não mereço, devo ser uma alma muito, muito má pra esfregar o chão; só esfregar o chão...”.
Para os Meus superiores Eu não falava nada, porque imaginei que eles soubessem tudo que Eu pensava e que um dia também tivessem esfregado o chão e ali fiquei... Dois longos anos esfregando o chão sonhando, imaginando como devia ser linda a meditação daqueles Meus colegas mais velhos que ficavam em suas celas em silêncio meditando, meditando, meditando. Deviam ter experiências cósmicas maravilhosas. Quantas vezes eu imaginei como a vida deles devia ser. Uma vida linda, uma vida de almas iluminadas, uma vida de quem sabia tudo e quanto mais eu achava que eles sabiam tudo, mais Eu descobria que não sabia nada, porque Eu tinha que esfregar o chão.
Quando Eu fui chamado pra receber uma premiação, era o Meu momento de mudança, eles Me colocaram na horta... E aí foram mais cinco anos cuidando da horta. Todos os dias, enquanto os monges passavam por mim e Me cumprimentavam, sorriam, Eu dizia assim: -“Meu Deus, o único que Eu posso olhar pra trás é aquele coitado que agora lava o chão e que agora não Sou mais Eu, porque agora Sou jardineiro”.
Assim fui cuidando da horta e ali tive vários colegas, vários amigos e briguei muito, porque cada um fazia de um jeito. Às vezes Eu plantava de um lado e outro replantava do outro e uma planta brigava com a outra, porque elas não eram compatíveis...
Quantas experiências Eu tive mexendo na terra, mas Eu sonhava, sonhava, sonhava e sonhava com a vida espiritual, porque aquilo não era vida espiritual. Mexer na terra não era vida espiritual. Cuidar de alimentar as pessoas não era vida espiritual, pelo menos pra Mim não era. Aquilo era um trabalho humano, aquilo era um trabalho braçal, aquilo era um trabalho que qualquer pessoa podia desenvolver. Não era um trabalho espiritual e ali Eu fiquei cinco longos anos da Minha vida trabalhando muito, com dores nas costas, às vezes na chuva, às vezes no sol, tendo que conversar com as pessoas, ganhar o Meu espaço, porque Eu tinha a intenção de plantar as ervas, as plantas de um determinado jeito e as pessoas que estavam do Meu lado não aceitavam, então foi difícil, foram anos de luta, disputa de poder; poder pela terra, poder pela salsinha.
Assim foram anos da Minha vida, lutando, Me esforçando num trabalho humano e muitas vezes Eu pensei: -“Meu Deus, Eu que vim pro Monastério. Estou aqui plantando salsinhas, tomates, batatas e pimentões; vendo se faz sol, se faz frio, Me preocupando com o tempo, com o vento, com a falta de chuva ou com o excesso dela... Cadê o Meu trabalho espiritual? Trabalhos espirituais fazem aqueles monges que ficam nas celas trancados, fechados, orando. Eles devem entrar em transes maravilhosos, em situações de ver Deus e com certeza eles vêem Deus e o único Deus que Eu vejo é o coelho que subiu na terra e comeu as Minhas plantações, são as pragas, são as pessoas que estão aqui do Meu lado e não Me deixam fazer o trabalho direito”.
Com o tempo Eu comecei a gostar, porque tinha dias em que o jardim estava tão bonito, a horta estava tão linda, tão verde e justamente quando ela estava mais bonita ela seria colhida no dia seguinte e a terra voltaria a ser revolvida e o trabalho recomeçava e Eu pensava: -“Isso não é vida espiritual”.
Recomeçar todos os dias, ter que fazer tudo de novo, ter paciência, limpar as ervas daninhas, dar continuidade, vencer a Minha preguiça, vencer o Meu cansaço, Me dedicar, Me dedicar, Me dedicar às vezes pra não ver nada ou pra ver aquele verde florescer num único dia e no dia seguinte ser arrancado. Isso não é vida espiritual... Trabalhar tanto pra nada... Não, isso não é vida espiritual. Vida espiritual devem ser aqueles monges que vão à caverna e aí comecei a pensar que um dia Eu iria pra caverna; com certeza um dia Eu iria pra caverna, um dia Eu teria coragem de ir pra caverna, porque para ir pra caverna Eu tinha que pedir, Eu tinha que fazer um voto, Eu tinha que procurar o monge responsável e dizer pra ele que Eu queria ir pra caverna, mas Eu não tinha essa coragem e aí Eu pensava: -“Meu Deus, como sou covarde”.
Quando Eu pensei isso, Me colocaram pra pintar as janelas do templo e lá fui Eu. Era um Monastério muito grande, com muitas janelas e passei vários anos pintando janelas; anos o suficiente pra perder o medo da altura, porque comecei com muito medo de altura, então eles Me colocaram nas janelas inferiores e ali Eu falei: “Nossa como Eu Sou feliz, protegido”. Naquele momento Me senti muito feliz, muito alegre, porque era protegido.
Eu percebi que as janelas de baixo eram as mais sujas. Ficavam borradas de terra, as pessoas colocavam as mãos. Ali Eu tinha além de pintar, lixar, tirar a tinta velha, porque senão a tinta nova não pegava. E Eu pensava: “Isso não é trabalho espiritual. Trabalho espiritual é uma coisa linda, vem pronta. Trabalhos espirituais fazem os monges das celas, os monges que ficam nas cavernas, esses renunciantes maravilhosos e isso que Eu faço não é renuncia, é um trabalho duro, porque dói Meu braço, tenho que Me esforçar e todo dia Eu tenho que acordar e fazer tudo igual, a mesma rotina, o mesmo exercício, o mesmo esforço e ai quando Eu termino, chove e estraga tudo... O Meu trabalho não é espiritual, porque o trabalho espiritual é perfeito”.
Assim Eu passei anos, anos, anos e anos pintando janelas. Quando Eu acabava a última e queria ver a Minha missão cumprida, queria olhar todo aquele movimento, aquele Meu esforço e dos Meus colegas, apesar de que ali fui mais solitário, Eu queria olhar aquilo e dizer: “Nossa que bonito o trabalho que Eu fiz”. E aí quando Eu Me preparava pra olhar tudo isso, a primeira janela já estava suja, as dobradiças já estavam tortas e tinha de recomeçar  e, Eu pensava: “Felizes os monges que fazem o verdadeiro trabalho espiritual nas suas clausuras, que entram nas suas celas, que vão para as cavernas”.
Eu idealizei muito a vida espiritual, idealizei demais a vida espiritual. Idealizei a morte, idealizei a vida, porque Eu não tinha muita coragem de viver.
Hoje Eu sei que vocês, no mundo da matéria enfrentando o que vocês enfrentam, encontrando seus familiares, se desencontrando dos seus familiares, amando as pessoas, desgostando delas e tendo que perdoá-las, hoje Eu vejo que essa é a verdadeira vida espiritual, porque quando Eu fui pra cela e fiquei parado, sentado, Eu entrei num desespero tão grande que Eu não via a hora de sair da meditação, Eu não via a hora de sair daquela condição de silêncio absoluto. Eu precisava das palavras das pessoas, Eu precisava dos movimentos dos olhos, Eu precisava do riso, Eu precisava das Minhas lágrimas e não tinha nada disso, porque Eu estava num momento de silêncio e tinha que respeitar e fazer de conta que estava meditando. Daí Eu pensei: “Meu Deus como Sou ruim, porque deve haver na cela ao lado um monge verdadeiramente espiritual que deve estar fazendo sua meditação e deve estar sofrendo com a reverberação da Minha miséria interior, da Minha confusão interior”.
Hoje Eu percebo que vocês, com seus desafios diários, com seus momentos únicos de meditação, quando naquele momento vocês entregam para Deus e dizem: “Deus eu quero ser um instrumento da sua luz, eu quero fazer o bem para essa pessoa ou Deus eu quero ser o bem na minha vida”, nesse momento vocês meditam nesse momento vocês se transformam e nesse momento vocês estão muito próximos de Deus.
Nunca menosprezem as suas experiências. Não esperem um lugar sagrado; façam o seu lugar interno ser sagrado, torne o seu coração um lugar sagrado, torne a sua mente um lugar sagrado, torne o seu espírito uma presença constante em suas vidas com consciência, amor e luz.
Antes de Eu Me tornar Lanto, o Mestre Lanto, o Mestre da Sabedoria da Chama Amarela, Eu tive muitas vidas como monge. Vidas felizes, vidas tristes, vidas cômicas, vidas em que as coisas deram certo e em que as coisas deram errado.
Eu digo que Me tornei Lanto, porque Eu aprendi a esperar, Eu aprendi a paciência, Eu aprendi a perdoar, Eu aprendi a olhar as Minhas experiências como experiências importantes e sagradas. 
Eu aprendi a reconhecer o Meu Eu de Luz e é isso que hoje Eu venho falar pra vocês:

“- Desapeguem-se das coisas antigas e acreditem em vocês mesmos como seres de muita luz, de muito amor, com muita capacidade de se doar”.

Enxerguem essa luz, manifestem essa luz. Essa é a verdadeira espiritualidade. Essa é a única luz real.
Recebam Minhas bênçãos e amor. Eu Estou entre vocês, porque Eu Sou como vocês.
Eu aprendi que a morte e a vida são uma única coisa: 

Um caminhar eterno e um se transformar todos os dias. Renasçam de suas luzes. Vivam e sejam o seu sol. Paz.

Fonte: Canal - Maria Silvia Orlovas

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Oração a Xangô.

Meu pai Xangô
O senhor que é rei da justiça,
Olhai a todos que imploram a vossa proteção e a vossa bênção.
Que do alto de sua pedreira nos mandeis a faísca de um raio luminoso
A fim de podermos tratar com serenidade e com a mais pura justiça
Os nossos semelhantes.
Faça valer sempre a vontade Divina.
Purifique minha alma nas águas de sua cachoeira.
Se eu errei, conceda-me a luz do perdão.
Faça de seu peito largo e forte meu escudo para que os olhos de meus
Inimigos não me encontrem.
Permita Pai, que eles não atinjam meu corpo nem minha alma.
Empresta-me sua força de guerreiro para combater a injustiça e a cobiça.
Que eu não faça e nem sofra injustiças.
Clamo, Pai, para que a justiça divina seja feita para todo o sempre.
Proteja-me, senhor do fogo e da vida, para que não me falte a coragem,
A alegria de viver, a fé e a caridade.
Oh senhor do machado sagrado!
Peço que o meu coração seja puro e que tenha a força das rochas que sempre estão sobre o seu domínio.
Abençoe-me, grande Orixá, ensina-me a ser bom e justo
Instrui-me a amar meus semelhantes tanto quanto Pai Oxalá me ama.
Conceda-me a graça de receber sua luz e sua proteção.
Minha devoção eu te ofereço!

Cão Xangô, Cabecile!

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Os Efeitos do Passe.

Sabemos que há pessoas que procuram um centro para tratamento e não obtendo os resultados pretendidos sem terem tido qualquer esclarecimento quanto aos fatores determinantes da cura pela transferência de energia, saem descrentes, apregoando que tudo não passa de superstição.
São maneiras pessoais de perceber, são influências motivadas pela experiência de cada um.
Segundo Kardec, a cura pela transferência de fluidos é possível, porque o corpo físico e perispírito são oriundos de um mesmo elemento primitivo – o fluído cósmico universal. Esse fluido, condensado no perispírito, pode fornecer princípios reparadores ao corpo físico.
Mas o efeito do passe não dependerá exclusivamente de quem o transmite, é também de importância capital a atitude de quem o recebe. Todos nós podemos atrair pelo desejo ardente e pela confiança esse fluído energético que recebemos através do passe. Bata para isso termos .
A falta de confiança daquele que recebe o passe funciona como uma força repulsiva que paralisa a ação. A FÉ será força atrativa, permitindo a mais pronta atuação do elemento fluídico.
Grande parte de nossos males, é provocada pela nossa invigilância e incúria. Por ficarmos dominados, inúmeras vezes pelas emoções negativas, ao invés de nos adestrarmos no controle delas, absorvemos fluidos deletérios que comprometem o nosso equilíbrio orgânico. Outras vezes, deixamo-nos levar pelos vícios que provocam também inúmeras enfermidades.
A rapidez da cura dependerá da qualidade do passe recebido e também do envolvimento do paciente no processo. Se este, pela fé, funcionar como bomba aspirante mais pronta será a ação do fluido magnético e mais rápida a cura.
Mas para isso é preciso que você mude suas atitudes erradas, mude seu pensamento negativo e mude seus vícios.
E ainda que o individuo seja portador de uma enfermidade que não se possa curar, recebendo o esclarecimento, terá ele o apoio necessário para vencer a sua prova, o que será sem duvida alguma de grande valia.
É preciso levar em conta também a infinita misericórdia de Deus, que, não obstantes as nossas imperfeições morais, ama-nos como Pai, permitindo que nos amparemos mutuamente na caminhada evolutiva.
Então, você que veio até o centro, procurar ajuda para os males que te afligem conscientize-se das suas atitudes. Observe seus pensamentos. Se você aspira à cura tenha como hábito os bons pensamentos.
Cuide das suas emoções, trabalhe o desprendimento, seja mais humano, perdoe suas falhas, trabalhe para que seus pensamentos sejam sempre positivos.

Tenha FÉ. Somente a fé em Deus pode mudar o mundo.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Oração a Boiadeiro.

                  Getruá Sr. Boiadeiro, salve todos os boiadeiros, Xetro Marrumbaxêtro.

Os boiadeiros são amparados por Ogum na proteção de nossas batalhas espirituais e conduzidos por Iansã levando os espíritos para o caminho da luz. Todo negativismo, espíritos zombeteiro e malfeitores são lançados pelos boiadeiros com seu laço protetor envolvendo o médium, assistentes e a casa santa.
Os boiadeiros representam a liberdade e a determinação, representam a própria essência da mistura do povo brasileiro.
Bendito seja esse momento que dedico a vós o meu pensamento, que através da sua determinação, meu santo boiadeiro, eu possa sentir sua energia fluir estremecendo meu coração e me transmitindo os pensamentos mais sinceros e límpidos para minha evolução mental.

Tu que guia teu gado pelas estradas de Ogum, que passa por rios, sob sol e chuva, com seu berrante a anunciar a tua chegada, com teu chicote em punho, ajuda-me nesta hora, abra as porteiras de meus caminhos. Que na sua chibatada haja justiça de minha causa.

Que neste trabalho eu possa ser amparado pela sua sabedoria, coragem e seriedade.
Que eu possa ter discernimento para compreender que meus pensamentos de egoísmo e soberba são meus maiores inimigos.
Que através de seu laço esse trabalho se abra para o bem e a caridade.
Que eu saiba extrair da natureza somente o que me basta para viver, exalando simplicidade e honestidade.
Que eu possa ter junto de mim, Sr. Boiadeiro, essa sua força e fé gigantesca para com amor poder amparar a mim e àquele que por qualquer motivo me procura.
Que todos os espíritos aqui presentes saibam reconhecer a sua força espiritual obedecendo ao seu comando e se curvando a sua coragem, sabedoria e humildade de se apresentar na mais simples das roupagens... A de boiadeiro.

                         Getruá Sr. Boiadeiro, salve todos os boiadeiros, Xetro Marrumbaxêtro.


Escrito por: Templo de Umbanda Flor de Lotus.