A água, o fogo, a terra e o ar pensaram em deixar uma recordação que perpetuasse através das idades a felicidade de seu encontro. Resolveram criar alguma coisa especial que, composta de fragmentos de cada um deles harmonicamente combinados, fosse também a expressão de suas diferenças e independência, e servisse de símbolo e exemplo para o homem. Eu porei as melhores forças de minhas entranhas - disse a terra - e alimentarei suas raízes. Eu porei as melhores linfas de meus seios - disse a água - e farei crescer sua haste. Eu porei minhas melhores brisas - disse o ar - e tonificarei a planta. Eu porei todo o meu calor - disse o fogo - para dar às suas corolas as mais formosas cores. Fibra sobre fibra foram construídas as raízes, a haste, as folhas e as flores. O sol abençoou-a e a planta deu entrada na flora regional, saudada como rainha. Quando os quatro elementos se separaram, a Flor de Lótus brilhava no lago em sua beleza imaculada, e servia para o homem como símbolo da pureza e perfeição humana. Tal como a flor do lótus cresce da escuridão do lodo para a superfície da água, abrindo suas flores somente após ter-se erguido além da superfície, ficando imaculada de ambos, terra e água, que a nutriram - do mesmo modo a mente, nascida no corpo humano, expande suas verdadeiras qualidades (pétalas) após ter-se erguido dos fluidos turvos da paixão e da ignorância, e transforma o poder tenebroso da profundidade no puro néctar radiante da consciência Iluminada. Se o impulso para a luz não estivesse adormecido na semente profundamente escondida na escuridão da terra, o lótus não poderia se voltar em direção à luz. Se o impulso para uma maior consciência e conhecimento não estivesse adormecido mesmo no estado da mais profunda ignorância um Iluminado nunca poderia se erguer da escuridão.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Atabaques

Há um sentido mágico musical no toque dos instrumentos dos terreiros. Não é um simples acompanhamento destituído de qualquer significado. É mais do que isso, pelo campo de vibrações que emerge da sonoridade de cada instrumento e do ritmo no seu conjunto.
A música representa para o homem um caminho de ligação sobrenatural e para o sobrenatural, pelo qual se afiniza seletivamente em vários campos de vibrações.
Os atabaques são tambores de diversos feitios, confeccionados em madeira e recobertos de couro, mas em três tamanhos e sons diferentes: o maior é o rum, o médio é o rumpi, e o menor é o lé.
Procura-se através de uma vibração afinada, obter-se a harmonia para aproximação dos guias espirituais, para manter a concentração da corrente, para a elevação de quem toca e para repousar a mente de quem escuta que necessita se afinizar com o meio.
O som dos atabaques serve para marcar a abertura, a defumação, a chegada dos guias.
O som dos atabaques serve para ativar os chacras ou pontos de energia no corpo melhorando a sintonia com a espiritualidade e criando condições idéias para a prática da incorporação.
As ondas sonoras vão dissolvendo os pensamentos negativos, as energias negativas agregadas as auras das pessoas melhorando o ambiente.

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