A água, o fogo, a terra e o ar pensaram em deixar uma recordação que perpetuasse através das idades a felicidade de seu encontro. Resolveram criar alguma coisa especial que, composta de fragmentos de cada um deles harmonicamente combinados, fosse também a expressão de suas diferenças e independência, e servisse de símbolo e exemplo para o homem. Eu porei as melhores forças de minhas entranhas - disse a terra - e alimentarei suas raízes. Eu porei as melhores linfas de meus seios - disse a água - e farei crescer sua haste. Eu porei minhas melhores brisas - disse o ar - e tonificarei a planta. Eu porei todo o meu calor - disse o fogo - para dar às suas corolas as mais formosas cores. Fibra sobre fibra foram construídas as raízes, a haste, as folhas e as flores. O sol abençoou-a e a planta deu entrada na flora regional, saudada como rainha. Quando os quatro elementos se separaram, a Flor de Lótus brilhava no lago em sua beleza imaculada, e servia para o homem como símbolo da pureza e perfeição humana. Tal como a flor do lótus cresce da escuridão do lodo para a superfície da água, abrindo suas flores somente após ter-se erguido além da superfície, ficando imaculada de ambos, terra e água, que a nutriram - do mesmo modo a mente, nascida no corpo humano, expande suas verdadeiras qualidades (pétalas) após ter-se erguido dos fluidos turvos da paixão e da ignorância, e transforma o poder tenebroso da profundidade no puro néctar radiante da consciência Iluminada. Se o impulso para a luz não estivesse adormecido na semente profundamente escondida na escuridão da terra, o lótus não poderia se voltar em direção à luz. Se o impulso para uma maior consciência e conhecimento não estivesse adormecido mesmo no estado da mais profunda ignorância um Iluminado nunca poderia se erguer da escuridão.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

16 de agosto a Umbanda comemora o dia de Omulu/Obaluaye.



Em yoruba Oba se traduz por Rei. Auê se traduz como Terra.
Obaluaye então é o Rei da Terra.
Orixá estritamente ligado a terra é o orixá responsável por cuidar das epidemias e doenças. Possui o poder de cura mais que qualquer outra divindade, principalmente ad que afloram na superfície do corpo, as doenças de pele.
Obaluaye representa a face jovem. Omulu a face anciã. Omulu dança curvado, o velho, como carinhosamente é chamado. Obaluaye dança agilmente, energeticamente – o jovem..
Reza a lenda que Obaluaye nasceu com varias feridas, seu corpo era coberto de feridas.
Uma vez, retornando a aldeia onde nasceu encontrou todos os orixás em festa. Envergonhado pelo seu aspecto ficou escondido observando todos dançarem. Ogum percebendo sua presença e compreendendo seu constrangimento foi para a floresta e fez um capuz de palha da costa para cobrir Omulu. Feito isso, ele entrou na festa, mas mesmo assim não dançava.
Foi quando Iansã se aproximou e com seu vento soprou a roupa de palha e suas feridas pularam para o alto e se transformaram numa chuva de pipocas e todos viram o rapaz brilhante como o sol que era Obaluaye.
As pipocas são oferenda desse Orixá, elas têm o poder de purificação. Quando eu olho o milho de pipoca eu não consigo imaginar nada alem desse milho duro, amarelo, impróprio para comer, quebra-dente.
Quando eu olho um caroço de milho eu não consigo imaginar que dali sairá uma pipoca, não consigo imaginar seu sabor, sua textura, eu não tenho sequer noção da transformação que irá acontecer.
A transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação que é uma inspiração para nossos olhos. Mas essa transformação só é possível pelo poder do fogo.
Assim é Obaluaye, energia transformadora que nos anima com o fogo da vontade para nos transformarmos em pessoas melhores, deixando de ser milhos impróprios e nos transformando, através de bons pensamentos, em pipocas macias.

Atotô meu Pai!

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