A água, o fogo, a terra e o ar pensaram em deixar uma recordação que perpetuasse através das idades a felicidade de seu encontro. Resolveram criar alguma coisa especial que, composta de fragmentos de cada um deles harmonicamente combinados, fosse também a expressão de suas diferenças e independência, e servisse de símbolo e exemplo para o homem. Eu porei as melhores forças de minhas entranhas - disse a terra - e alimentarei suas raízes. Eu porei as melhores linfas de meus seios - disse a água - e farei crescer sua haste. Eu porei minhas melhores brisas - disse o ar - e tonificarei a planta. Eu porei todo o meu calor - disse o fogo - para dar às suas corolas as mais formosas cores. Fibra sobre fibra foram construídas as raízes, a haste, as folhas e as flores. O sol abençoou-a e a planta deu entrada na flora regional, saudada como rainha. Quando os quatro elementos se separaram, a Flor de Lótus brilhava no lago em sua beleza imaculada, e servia para o homem como símbolo da pureza e perfeição humana. Tal como a flor do lótus cresce da escuridão do lodo para a superfície da água, abrindo suas flores somente após ter-se erguido além da superfície, ficando imaculada de ambos, terra e água, que a nutriram - do mesmo modo a mente, nascida no corpo humano, expande suas verdadeiras qualidades (pétalas) após ter-se erguido dos fluidos turvos da paixão e da ignorância, e transforma o poder tenebroso da profundidade no puro néctar radiante da consciência Iluminada. Se o impulso para a luz não estivesse adormecido na semente profundamente escondida na escuridão da terra, o lótus não poderia se voltar em direção à luz. Se o impulso para uma maior consciência e conhecimento não estivesse adormecido mesmo no estado da mais profunda ignorância um Iluminado nunca poderia se erguer da escuridão.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

O Silencio.

É comum ao se entrar nos terreiros, no momento do atendimento com os guias, o se tirar o sapato. Será uma questão apenas de respeito?
Em parte, a bem da verdade, tira-se o sapato ao se entrar nos terreiros, por uma questão de respeito.
No entanto, a retirada dos sapatos se prende, antes de qualquer coisa a que, nos sapatos, são sempre encontradas as vibrações de todos os lugares por onde se tenha passado. Vibrações essas que, logicamente, nem sempre são boas.
Alem disso, o fato de se estar descalço num terreiro, nos permitirá entrar em contato mais direto com a terra, o solo, facilitando, assim, o descarregamento ou descarga dos maus fluidos.
Num terreiro também é comum o silêncio, o silencio é uma prece porque o que sai da boca é força criadora. A palavra é um dos meios de manifestação do Divino na terra, e quando proferida passa a produzir efeitos; não há como fazê-la retornar. Por isso, ao adentrar um terreiro de umbanda, pense antes de falar.
Muito antes da sua chegada os guias ou mentores já estão organizando, no astral, todo o aparato necessário para providenciar o socorro e a cura dos espíritos doentes e sofredores.
Portanto, não seja o porta-voz das sombras, trazendo desarmonia para o ambiente. Facilite o trabalho adotando uma postura de imparcialidade diante do momento existencial e da dor de cada um.
Atente para o que você fala. Boas palavras são as que edificam, elevam e agradam.

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