Percebo
que poucas pessoas e poucos Terreiros conhecem a agradável e grandiosa energia
e capacidade dos marinheiros, entidades espirituais que se manifestam durante
os trabalhos espirituais de nossa Umbanda.
Uma
grande maioria ainda acha que essas entidades “vêm” bêbadas ou que precisam
beber para incorporarem em seus médiuns e trabalharem no auxilio dos mais
necessitados. No entanto, Eles não precisam da bebida alcoólica e sua maneira
peculiar de “chegar” é, nada mais e nada menos, a reprodução do mareado que o
balanço do mar causa.
Eles
só “chegam” em nosso Terreiro depois de passarem pela calunga grande ou o mar e
pedirem a benção de Iemanjá, chegam cheios de alegria e descontração, no
balançar da embarcação vêem prontos para realizarem maravilhosos trabalhos.
Esses
encantadores marinheiros e fortes marujos de nossa Umbanda quando chegam com
suas gargalhadas, abraços, apertos de mão e todo aquele singular e insuperável
molejo, fazem de nossas giras algo único. Alimentam nossas giras de esperança e
sabedoria. Auxiliam-nos a encontrar os caminhos mais seguros e a percorrê-los
com segurança e sabedoria.
São
Guias que nos ensinam a enfrentar ambientes de calmaria ou mares tortuosos,
tempos de grande paz ou de penosas guerras.
São
Guias que, juntos com Iemanjá e Exu, trazem sempre uma mensagem de esperança e
muita força, nos trazem a certeza de que podemos lutar e desbravar o
desconhecido do nosso interior ou do mundo que nos rodeia se tivermos fé,
confiança e amor. Nos inspiram à união, ao trabalho e ao esforço coletivo para
alcançarmos o porto seguro de nossa evolução.
Eles
são sorridentes e animados, não tem tempo ruim para esta falange. Com palavras
macias e diretas e com um mergulho profundo, eles enxergam o fundo de nossa
alma e tentam trazer para tona as mais belas pérolas de nosso ser.
Quando
chegam a nossa gira ajudam na limpeza pesada do Terreiro. Uma vez efetuada essa
limpeza, toda a carga, todos os fluidos e energias negativas são “levados” ao
fundo do mar onde se dissiparão.
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