A água, o fogo, a terra e o ar pensaram em deixar uma recordação que perpetuasse através das idades a felicidade de seu encontro. Resolveram criar alguma coisa especial que, composta de fragmentos de cada um deles harmonicamente combinados, fosse também a expressão de suas diferenças e independência, e servisse de símbolo e exemplo para o homem. Eu porei as melhores forças de minhas entranhas - disse a terra - e alimentarei suas raízes. Eu porei as melhores linfas de meus seios - disse a água - e farei crescer sua haste. Eu porei minhas melhores brisas - disse o ar - e tonificarei a planta. Eu porei todo o meu calor - disse o fogo - para dar às suas corolas as mais formosas cores. Fibra sobre fibra foram construídas as raízes, a haste, as folhas e as flores. O sol abençoou-a e a planta deu entrada na flora regional, saudada como rainha. Quando os quatro elementos se separaram, a Flor de Lótus brilhava no lago em sua beleza imaculada, e servia para o homem como símbolo da pureza e perfeição humana. Tal como a flor do lótus cresce da escuridão do lodo para a superfície da água, abrindo suas flores somente após ter-se erguido além da superfície, ficando imaculada de ambos, terra e água, que a nutriram - do mesmo modo a mente, nascida no corpo humano, expande suas verdadeiras qualidades (pétalas) após ter-se erguido dos fluidos turvos da paixão e da ignorância, e transforma o poder tenebroso da profundidade no puro néctar radiante da consciência Iluminada. Se o impulso para a luz não estivesse adormecido na semente profundamente escondida na escuridão da terra, o lótus não poderia se voltar em direção à luz. Se o impulso para uma maior consciência e conhecimento não estivesse adormecido mesmo no estado da mais profunda ignorância um Iluminado nunca poderia se erguer da escuridão.

quinta-feira, 11 de junho de 2015

PRECE AO PODEROSO ORIXÁ OGUM



Pai, que minhas palavras e pensamentos cheguem até vós,
em forma de prece, e que sejam
ouvidas.
Que esta prece corra mundo e universo, e chegue até
os necessitados em forma de conforto para as
suas dores.
Que corra os quatro cantos da terra e chegue ao ouvidos dos meus inimigos,
em forma de brado de advertência de um filho de ogum que sou e nada temo,
pois sei que a covardia não muda o meu destino.
Ogum, padroeiro dos agricultores e lavradores faça com que minhas ações sejam sempre
férteis como o trigo que cresce e alimenta a humanidade,
nas suas ceias espirituais
Senhor das estradas, fazei de mim um verdadeiro andarilho, que eu seja sempre um fiel seguidor do teu exército, e que nas minhas caminhadas só haja vitórias.
Mesmo quando aparentemente derrotado, que eu seja um vitorioso,
Pois conheci a luta.
Meu grande pai e protetor fazei com que meu dia de amanhã seja tão bom como o de ontem e hoje.
Que minhas estradas sejam sempre abertas,
E que eu trabalhe para que no
Meu jardim só haja flores.
Que meus pensamentos sejam sempre bons e que aqueles que nos procuram consigam sempre remédios para seus males.
Que todos aqueles que cruzarem a minha estrada, cruzem com o propósito de engrandecer minhas experiências.
Pai daí luz aos meus inimigos, pois eles me perseguem porque vivem nas trevas,
e na realidade só perseguem a luz que vós me destes.
Livre-me das pragas, das doenças, das pestes, dos olhos-grandes, da inveja, das mentiras e da vaidade que só leva a destruição.
E que todos aqueles que ouvirem esta prece estejam livres das maldades do mundo.

Sarava Ogum.
Ogum Ie meu Pai


Autor: Terreiro Iemanjá Ogunté


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