A água, o fogo, a terra e o ar pensaram em deixar uma recordação que perpetuasse através das idades a felicidade de seu encontro. Resolveram criar alguma coisa especial que, composta de fragmentos de cada um deles harmonicamente combinados, fosse também a expressão de suas diferenças e independência, e servisse de símbolo e exemplo para o homem. Eu porei as melhores forças de minhas entranhas - disse a terra - e alimentarei suas raízes. Eu porei as melhores linfas de meus seios - disse a água - e farei crescer sua haste. Eu porei minhas melhores brisas - disse o ar - e tonificarei a planta. Eu porei todo o meu calor - disse o fogo - para dar às suas corolas as mais formosas cores. Fibra sobre fibra foram construídas as raízes, a haste, as folhas e as flores. O sol abençoou-a e a planta deu entrada na flora regional, saudada como rainha. Quando os quatro elementos se separaram, a Flor de Lótus brilhava no lago em sua beleza imaculada, e servia para o homem como símbolo da pureza e perfeição humana. Tal como a flor do lótus cresce da escuridão do lodo para a superfície da água, abrindo suas flores somente após ter-se erguido além da superfície, ficando imaculada de ambos, terra e água, que a nutriram - do mesmo modo a mente, nascida no corpo humano, expande suas verdadeiras qualidades (pétalas) após ter-se erguido dos fluidos turvos da paixão e da ignorância, e transforma o poder tenebroso da profundidade no puro néctar radiante da consciência Iluminada. Se o impulso para a luz não estivesse adormecido na semente profundamente escondida na escuridão da terra, o lótus não poderia se voltar em direção à luz. Se o impulso para uma maior consciência e conhecimento não estivesse adormecido mesmo no estado da mais profunda ignorância um Iluminado nunca poderia se erguer da escuridão.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

O Poder de Saber Perdoar



Um poeta disse que a “Misericórdia tem um coração humano, a Piedade uma face humana, o Amor é a forma divina do ser humano e a Paz as suas vestes”.
Essas seriam virtudes do deleite de existir dadas por Deus a todos os seus filhos e filhas.
E, se você quer se religar no Poder do Perdão, é porque quer se deleitar com a existência.
Fluir com o poder do perdão é dar-se ao outro por inteiro, por ter percebido que toda e qualquer idéia de separação é ilusória. O outro que me ofendeu, não está separado de mim, pois todos participamos da grande Teia que compõe o Universo.
Ao perdoar a si mesma e aos outros, por serem capazes de errar e de ignorar, você conhecerá a verdadeira alegria. Esse é o cerne do poder do perdão.
E lembre-se: existe morte eterna e vida eterna: a morte eterna é a capacidade humana de errar. A vida eterna é a capacidade divina, no ser humano, de perdoar.
Perdoar é ser livre. Perdoar é buscar a verdadeira cura e o sentido de unidade com a vida.
Julgar o que é certo e o que é errado é humano. Perdoar é divino.
Em termos absolutos, o certo e o errado, na verdade, são irrelevantes porque com o Poder do Perdão eu ganho uma nova temperança: aprendo a “temperar” em mim as qualidades divinas e humanas, sei que cometo erros e me perdôo por não ser perfeito.
Temperado pelo perdão, sei que sou matéria e espírito, sei que sou céu e terra, sei que sou um novo ser, sei que sou Alma, verdadeiramente.


Adaptação do livro 64 Poderes; Sonia Café, Ed Pensamento.

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