As
semanas deste final de ano têm sido bem agitadas, afinal inexperiente, eu não
imaginei que fosse tão difícil organizar sacolinhas para doação de natal. Mesmo
assim me inscrevi em um curso, continuei lendo meus livros, e buscando
conhecer, me instruir, me melhorar.
Assim
comecei a última semana de novembro, primeira de dezembro fazendo um curso
sobre umbanda. Como é bom estudar e saber que se está no caminho certo. Poder
nomear as coisas que fazemos é de uma riqueza que não tem preço.
Foi
assim meu domingo, 27 de novembro. Dei uma forma real aos textos lindos que
recebo toda semana e que releio em meu centro. Conheci a mãe Monica. Aprendi
que mais importante que julgar é conhecer. Talvez por isso Sócrates, o
filósofo, a dois mil anos já dizia: conhece-te a ti mesmo. Conhecendo o nosso
interior saberemos que o julgamento é moral e depende da cultura, da educação e
da atitude particular de cada um.
Na
terça-feira eu compreenderia essa teoria na prática. Ao assistir ao programa
SBT Repórter pude ver como é importante saber discernir as coisas. A reportagem
falava sobre os cultos de candomblé na Bahia. A reverência a Nanã Buroque,
Nossa Senhora no catolicismo, comidas de santo, etc.
Apresentou
as baianas que ganham a vida fazendo acarajé para vender. Explicou que o
acarajé inicialmente era uma comida de santo em homenagem a Iansã, e que assim
é vendido a todos, apesar de sabermos sua origem. Porém, mostrou a nova
realidade baiana: as igrejas evangélicas que crescem em grande proporção em
solo baiano.
Nada
disso me causou incomodo, afinal cada um que reverencie Deus da forma que achar
melhor. A minha surpresa foi saber que agora também é vendido em solo baiano o
acarajé de Jesus. E que para os evangélicos que acima de tudo são baianos, o
acarajé de Jesus pode ser comido porque é feito para um Deus verdadeiro, o deus
da bíblia. Já o acarajé da baiana não pode ser comido porque é feito para um
Deus que nem a própria baiana sabe se existe, um Deus falso, mentiroso.
E
eu percebi a importância do conhecimento sem julgamento. Falamos tanto de
intolerância religiosa, intolerância sexual, mas isso tudo me fez pensar que na
verdade vivemos a intolerância humana. O homem não é capaz de tolerar o que é
diferente.
Ele
não percebe que somos iguais na nossa diferença. Somos acima de tudo seres que
nascem, crescem, respiram e morrem. Isso não é diferente. A beleza de viver se
apaga porque não somos capazes de tolerar. Não toleramos nada que não saia de
nós mesmos.
E
assim vamos vivendo, repetindo os mesmos erros: os nossos erros e de nossos
antepassados. E passei a semana com todos esses pensamentos borbulhando em
minha mente pensando no que podemos fazer para melhorar essa convivência? O que
é preciso acontecer para que o ser humano aprenda a dividir multiplicando e não
diminuindo...
Assim
fechei a semana assistindo ao programa Altas horas e vendo uma de suas atrações
me mostrarem o caminho para essa mudança: a música.
Segundo
o colunista Renato Kramer “O engenheiro de som americano Mark Johnson com o
objetivo de conectar diferentes culturas e mentalidades criou um projeto que se
utiliza da música como instrumento para buscar a Paz. Assim foi formada a banda
Playing For Change, com artistas de diversas nacionalidades. Músicos de rua, em
sua maioria”.
Kramer
disse que “Mark contou que estava andando numa estação do metrô de Nova York,
quando viu duas figuras com túnicas brancas, parecendo monges. Um tocava e o
outro cantava lindamente. Disse que ficou fascinado com a qualidade do que
ouvia e o quanto eles atraiam a atenção do público. "A grande habilidade
que a música tem de aproximar as pessoas", disse Mark. Foi aí que decidiu
montar um estúdio de som móvel e "procurar pelos momentos de música e
inspiração onde eles estivessem".
O
clipe musical do Playing For Change, que reuniu 35 músicos de todos os cantos
do mundo acompanhando o cultuado cantor de Rua Roger Ridley em "Stand By
Me" (Jerry Leiber, Mike Stoller, Ben E. King), já está na casa dos
cinquenta milhões de acessos no YouTube, segundo Serginho Groisman. De
"brasileiro" no clipe, o belo som do cavaquinho de Cesar Pope.
Para
os músicos o bonito do projeto é que ele une os povos nas suas diferenças.
Somos diferentes, mas podemos conviver com isso porque o mundo só terá paz
quando soubermos respeitar o nosso semelhante.
Pela
música e através dela poderemos construir um mundo melhor: tolerante,
diferente, igual, harmonioso, sensível.
Acesse
no Youtube a música:
http://www.youtube.com/watch?v=Us-TVg40ExM
Site:
http://playingforchange.com/
http://www.youtube.com/watch?v=Us-TVg40ExM
Site:
http://playingforchange.com/
Participem,
tolerem, apóiem. Faça
diferente.
Seja a diferença nesse mundo tão conturbado e necessitado de paz,
tolerância e sabedoria.
Coma
acarajé seja ele de Jesus ou das baianas, porque antes de qualquer coisa é
preciso lembrar a máxima que nosso Mestre nos ensinou:
AMAI-VOS UNS AOS OUTROS COMO EU VOS AMEI.
Nós
não somos iguais a Jesus e mesmo assim Ele nos amou, nas nossas diferenças e
nas nossas semelhanças. Falemos menos e pratiquemos mais. Viva o amor.
Flor
de Lótus.
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